Participação no Projeto BioLifeCity

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Entre os dias 18 e 22 de novembro, a ASPEA teve a oportunidade de particicpar no curso de formação do projeto BioLifeCity, organizado pela Sustinea, uma associação sem fins lucrativos, em Ourense, na Galiza.

O projeto BioLifeCity surgiu para valorizar a biodiversidade urbana, tornando visível a dimensão ambiental e científica das cidades e integrando a conservação da biodiversidade no planeamento e na gestão das áreas verdes urbanas.

Num contexto de crescente urbanização, torna-se cada vez mais relevante tratar as questões da sustentabilidade em meio urbano, sendo a conservação da biodiversidade, também neste domínio, uma dimensão inalienável deste desígnio. A ideia de base deste projeto é que, com a soma de pequenas iniciativas de natureza ambiental em áreas verdes urbanas de todos os parceiros do projeto, é possível trazer grandes benefícios para a biodiversidade das nossas cidades.

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O BioLifeCity foi para mim, principalmente, um desafio social. Estar com um grupo tão diverso por apenas quatro dias, apresentar-me, conhecer, cruzar conhecimento e emoções, fizeram-me desenvolver aptidões, até então, escondidas. Sinto maior abertura para um futuro com mais interacção e partilha de experiências e conhecimento que, espero, se traduza em ações concretas que ajudem a ligar cidade e natureza.
Sérgio Godinho

Como tal, e em prossecução dos objetivos de missão da ASPEA, três formandos da associação frequentaram o curso de formação de formadores para mobilidade Jovem, no âmbito do projeto BioLifeCity, promovido pela associação Sustinea e co-financiado pelo programa Erasmus +, o mecanismo por excelência para a formação e educação da União Europeia. Os restantes 16 participantes deste curso de formação vieram de organizações parceiras de Portugal, da Polónia, de Itália e de Espanha.

Os objetivos deste curso de formação foram:

a) valorizar o melhoramento do património natural da cidade de Ourense;
b) promover a conservação da biodiversidade urbana nas cidades;
c) promover o turismo científico e natural nas cidades, promovendo a biodiversidade como um recurso;
d) unir iniciativas e aumentar as sinergias entre entidades com o mesmo objetivo;
e) aumentar a consciência social sobre a conservação da biodiversidade e da natureza urbana através da projeção de campanhas de sensibilização e promover o estudo, uso e gestão sustentável da biodiversidade das cidades.

Durante o curso, foi utilizada a educação informal para trabalhar nos vários temas, com recurso a dinâmicas de trabalho de grupo e saídas ao ar livre. Entre as atividades desenvolvidas, esteve a construção de um charco para anfíbios numa horta urbana, uma visita de campo a três espaços verdes em Ourense, seguida de propostas de ações a desenvolver para as valorizar e melhorar, e um colóquio sobre a espécie Apus apus (Andorinhão preto) que costuma habitar em cidades.

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Desenvolvendo, a ASPEA, continuamente trabalho de educação ambiental, bem como do envolvimento dos jovens em projetos de conservação da natureza e valorização sustentável dos recursos naturais, foi objetivo do curso capacitar os formandos para saber interagir, ouvir, trocar aspirações e ideias com esse estrato da população, em práticas de mobilidade na Europa. Foi ainda uma excelente oportunidade para trocar novas experiências e abordagens, aprender e contribuir para a aprendizagem, em formação horizontal, de todos os participantes.
Nelson Matos

Os exemplos de elementos favorecedores da diversidade biológica na cidade abordados foram, à pequena e localizada escala, a implementação de charcos e os hotéis para insetos e, a uma escala mais abrangente, a adequada implementação de parques urbanos e a conservação de espécies indicadoras da saúde dos ecossistemas humanizados, como o caso do andorinhão-preto.

Além dos conteúdos abordados no curso, também houve momentos de convívio e de lazer, como uma excursão às termas de Ourense e uma noite intercultural. Foi uma oportunidade para contactar com outras realidades, conhecer as várias organizações participantes, trocar experiências e aprender mais um pouco sobre a biodiversidade e as cidades que, embora pareçam conceitos incompatíveis, estão relacionados. A sua coexistência é fundamental para assegurar que não se perde o contacto com a natureza e para sensibilizar a população urbana para a conservação da biodiversidade.

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Decidi participar neste curso porque tenho interesse no tema, para melhorar as minhas aptidões interpessoais, contactar com outras culturas e adquirir conhecimentos que possam ser utilizados no meu trabalho. Penso que foi uma boa experiência a nível pessoal, com partes negativas e positivas, em que aprendi algumas coisas novas e pude trabalhar em grupo para atingir objetivos em comum. A nível profissional, posso integrar esta experiência em termos de dinâmicas de trabalho que desenvolva ou para ideias de atividades e temáticas a abordar no futuro.
Margarida Monteiro

Este curso revestiu-se de particular importância quanto à necessidade de fazer face à crescente e generalizada degradação da biodiversidade, na medida em que permitiu formar recursos humanos da ASPEA e das organizações parceiras, capacitando-os para a temática específica. É assim esperado que estes, por sua vez, nos seus respetivos meios, consigam levar a cabo um tão necessário trabalho de educação e formação a vários níveis (que não apenas da juventude, mas também crianças e adultos) que conduza a uma mudança de paradigma em que a vivência urbana esteja cada vez mais em sintonia com os ciclos e elementos naturais.