ASPEA com Futuro
Após a realização das XXII Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental em Viseu, e depois do trabalho realizado pela organização ASPEA e todos os colaboradores, a Agência Jovem de Noticias fez questão de entrevistar o Presidente da ASPEA, Joaquim Ramos Pinto, licenciado em Educação do Ensino Básico pela Universidade de Aveiro, e doutorante em Educação Ambiental.
As suas expectativas sobre estas jornadas foram superadas?
Sim, as expectativas foram amplamente superadas, tendo em conta que tivemos aqui quatro áreas que corresponderam aos objetivos que inicialmente tínhamos proposto. Por um lado, o envolvimento dos jovens, e aí agradecer e ver que esse trabalho foi bem conseguido, portanto toda a cobertura, todo o envolvimento e compromisso que os jovens tiveram relativamente ao seu papel nas jornadas e também porque se facilitou mesmo em projetos, em partilha de experiências, para além do trabalho do grupo de jovens, que tivemos com o envolvimento de jovens, de escolas, entre outros. Por outro lado, a diversidade de projetos de investigações, de iniciativas que chegaram a estas jornadas. Condensamos muito trabalho num dia e meio e conseguimos ver que há muito trabalho em Portugal sobre Educação Ambiental, o que quer dizer que temos aqui um campo onde todos nós temos uma responsabilidade e onde temos muito para fazer. Ou seja, há um compromisso por parte da associação e vamos levar esse compromisso adiante porque vimos que havia muito trabalho, muitos projetos e muitas ideias que são precisas concretizar. Seguidamente, as parcerias que são muito importantes nestas iniciativas. A questão que eu colocava em relação às parcerias era da cooperação, ou seja, estarmos presente com escolas superiores, autarquias, outras associações e com muitos voluntários. Estas parcerias também individuais, em que as pessoas se disponibilizaram para vir colaborar e vir trabalhar para termos um mundo melhor.
Por último, a importância politica que foi dada ao evento, ao nível da autarquia, ao nível de membros do governo. Este é um aspeto que também temos de realçar porque já alguns anos que a ASPEA não tinha a presença de um órgão do governo nas suas jornadas, e conseguíamos perceber que havia um afastamento dos mesmos em relação à Educação Ambiental e temos esperança que a presença das pessoas do governo nas jornadas venham a dar um novo alento, um novo entusiasmo às pessoas que trabalham com a Educação Ambiental.
O que espera e qual os objetivos em relação ao primeiro núcleo da ASPEA no interior?
Este primeiro núcleo da ASPEA no interior tem uma função de mobilizar atores locais na região interior que possibilita mostrar o trabalho que se desenvolve. Normalmente os trabalhos no interior são mais dificeis de ser divulgados, por diferentes razões como o afastamento dos jovens das zonas interiores para as zonas mais urbanas e um núcleo tenta também revitalizar esse trabalho que é feito e o principal objetivo é esse, ter um grupo de pessoas que consigam mobilizar e dar notoriedade, mostrar aquilo de bom que se faz no interior do país nomeadamente a nivel da educação ambiental, e ao mesmo tempo ter um papel de intervenção para que possam ajudar as autarquias, camâras municipais e juntas de freguesias, a que os outros núcleos da ASPEA podem não chegar. Havendo um núcleo no interior estarão mais próximos das comunidades locais e autarquias para poder dar esse apoio localmente.
As próximas jornadas serão em que local?
Ainda não está nada confirmado mas há expectativas que sejam realizadas em Guimarães. Guimarães vai-se candidatar a cidade europeia verde em 2020 e em 2017 pensam fazer a candidatura, portanto estamos a conciliar esta vontade da autarquia de Guimarães nesta candidatura e teremos todo o gosto que possa ser em Guimarães, cidade berço de Portugal.
Encerramos as jornadas com a uma ótima noticia, o projeto “Clima é Connosco”. O que tem a dizer sobre isso?
Este é um projeto que, por um lado a associação está muito contente por ter ganho um concurso nacional, quando muitas outras associações que têm o mesmo papel e importancia nacional participaram, o facto de termos vencido é uma grande satisfação e ao mesmo tempo um sentido de grandes responsabilidades. É um tema dificil de constatar, e como tal o desafio para a ASPEA é fazer entender a comunidade em geral da problemática das alterações climáticas, identificarmos as causas, os problemas, vermos de que forma nós podemos adaptar e resolver alguns problemas e mais do que isso saber de que forma podemos intervir. Temos de ser capazes de passar às pessoas de diferentes publicos, jovens nas escolas, comunidades, politicos, esta capacidade de intervir. Vamos ter um conjunto de atividades ao longo do país, nas quais vamos também convidar o grupo da Agência Jovem de Noticias para acompanhar algumas das atividades como "De comboio pelo Clima", alertando as pessoas para o uso de transportes públicos, fazendo manifestações artisticas, palestras, ações de conhecimento e jogos de simulação sobre o tema. Portanto, relativamente ao "Clima é Connosco" esperamos efetivamente que no fim do projeto consigamos ter uma sociedade mais esclarecida e atuante, esperamos que este projeto possa levar às pessoas a capacidade de depois de entender o problema ambiental em questão, consigam apresentar propostas de solução do mesmo. Se conseguirmos ter mais pessoas a aderir a propostas da ASPEA e outras associações conseguiremos dizer então que o projeto teve um bom resultado final.
Texto: Andreia Reis e Beatriz Jorge