A importância da vida selvagem nas nossas Vidas

No Dia Mundial da Vida Selvagem, a ASPEA junta-se à celebração deste dia pretendendo aumentar a consciencialização sobre os animais e plantas selvagens e em vias de extinção no mundo e em parceria com o Clube Ciência Vida da Escola e projeto Eco-Escolas da Secundária Quinta do Marquês – Oeiras promove uma exposição de Arte e Concurso sobre a diversidade de insetos dos alunos do 12º Ano, dos alunos da professora Beatriz Chagas.

Assembleia-Geral das Nações Unidas (AGNU) a 20 de dezembro de 2013, determinou o Dia Mundial da Vida Selvagem, dia 3 de março,  o dia em que, em 1973, foi assinada a CITES - Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção.

Como o comércio de animais e plantas silvestres atravessa fronteiras entre os países, o esforço para regulá-lo requer cooperação internacional para proteger certas espécies da superexploração. A CITES, faz em 2023 cinquenta anos de existência, foi concebida no espírito dessa cooperação. Hoje, concede vários graus de proteção a mais de 37.000 espécies de animais e plantas, sejam elas comercializadas como espécimes vivos, casacos de pele ou ervas secas.

A CITES é um acordo internacional ao qual os Estados e organizações regionais de integração económica aderem voluntariamente.

Os Estados que concordaram em se vincular à Convenção são conhecidos como Partes e estes devem implementar a Convenção mas esta não substitui as leis nacionais. A CITES esteve entre os acordos de conservação com o maior número de membros, neste momento apresenta 184 Partes.

O acordo do ano passado sobre o Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework marcou um passo importante para colocar o planeta Terra no caminho da cura, da restauração dos ecossistemas e habitats.

Refletimos sobre nossa responsabilidade de proteger a diversidade de vida do nosso planeta e reconhecemos nosso fracasso.

Mais de um milhão de espécies estão à beira da extinção devido à destruição do habitat, à poluição por combustíveis fósseis e ao agravamento da crise climática, uso de pesticidas, degradação dos solos.

Sabendo que a biosfera é um subsistema aberto que se relaciona com os subsistemas: geosfera, atmosfera e hidrosfera, não podemos deixar de refletir sobre dados obtidos nas mais recentes investigações e nos nossos comportamentos, no impacto que a perda de biodiversidade da vida selvagem acarretará no equilíbrio dinâmico do nosso Planeta com mais de 70 % de água, chamado Terra. A visão deve ser para o interior mas também para o exterior.

A perda de biodiversidade é um problema da humanidade, do Planeta Terra do nosso Sistema Solar, da nossa galáxia – Via Láctea, do Universo .

Será que queremos perguntar - Qual o impacto da perda de vida selvagem? Ou melhor - Quais as medidas que podemos tomar para mitigar e desacelerar a perda de biodiversidade e de vida selvagem?

É urgente assumir que a humanidade depende da biodiversidade, alterar comportamentos autodestrutivos para comportamento e atitudes sustentáveis,  restauradores,  invertendo o declínio.

Os povos indígenas, as comunidades locais são os elementos chave de defesa da biodiversidade local, é preciso dar voz.

É preciso conhecer, amar e proteger e restaurar a vida selvagem no planeta TERRA!

A Estratégia Europeia da Biodiversidade 2030 e o projeto Do Prado ao Prato vêm reforçar a necessidade de reconhecer o papel da biodiversidade na vida da espécie humana e a sua dependência.

A vida selvagem contribui para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar humano, incluindo as ecológicas, genéticas, sociais, económicas, científicas, educativas, culturais, recreativas e estéticas. Está na base da nossa alimentação, proporciona combustível, medicamentos, habitação e roupas.

A natureza e a sua vida selvagem são essenciais para uma boa saúde mental.

Em 2023 o tema é “Parcerias para a Conservação da Vida Selvagem”, aciona todos os mecanismos, desde o local ao intergovernamental e apresenta duas grandes áreas: vida marinha e oceanos e negócios e finanças, uma vez que globalmente, a conservação precisa de ser financiada, estabelecendo parcerias com empresas no sentido de financiar as ações de perda de biodiversidade.

A Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistémicos (IPBES - Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services) informa que:

  • aproximadamente 50.000 espécies selvagens são usadas para alimentação, energia, remédios, materiais e outros fins por meio da pesca, coleta, extração de madeira e colheita de animais terrestres globalmente;
  • 90 milhões de toneladas de peixes selvagens são capturados anualmente nas últimas décadas, dos quais cerca de dois terços vão para a alimentação humana (e o restante como ração para aquicultura e pecuária);
  • 99%: espécies de tubarões e raias oficialmente declaradas capturadas acidentalmente como captura acessória, mas valiosas e frequentemente retidas para alimentação, causando declínios acentuados desde a década de 1970 em espécies de tubarões, especialmente em águas costeiras tropicais e subtropicais;
  • 449: espécies de tubarões e raias classificadas como ameaçadas (37,5% das 1.199 espécies recentemente avaliadas), principalmente devido à pesca insustentável;
  • entre outros valores, consultar: https://www.ipbes.net/media_release/Sustainable_Use_Assessment_Published.

A sobrevivência de cerca de 12% das espécies de árvores selvagens está ameaçada pela extração insustentável de madeira.

O colecionismo também ameaça vários grupos de insetos, de plantas, principalmente cactos, cicadáceas e orquídeas, e a caça insustentável foi identificada como uma ameaça para 1.341 espécies de mamíferos selvagens – com declínios em espécies de grande porte que também têm baixas taxas naturais de crescimento ligada à pressão de caça.

As pessoas dependem da vida selvagem e dos recursos baseados na biodiversidade para satisfazerem as suas necessidades mais básicas. Não podemos deixar de cuidar, de refletir nas nossas práticas quotidianas. Será que estamos a reciclar o suficiente? No âmbito da economia circular temos de gastar menos recursos, dar uma nova vida aos produtos usados, tornar o solo mais fértil e saudável separando bio resíduos e realizando compostagem. Todas estas ações, que promovem o equilíbrio dos ecossistemas, da biosfera são fundamentais para perpetuar a vida selvagem.

Pense duas vezes antes de comprar artigos de carapaça de tartaruga, marfim, corais, plantas, animais selvagens, papagaios ou outras aves, macacos, serpentes... para além de estar a contribuir para o declínio da biodiversidade pode estar a cometer um crime/infração punível por lei. A importação de espécimes, partes ou produtos de animais ou plantas inscritas no Anexo I  da Convenção é estritamente regulada, podendo constituir infração ou crime.

Todos temos de fazer a nossa parte! Todos vivemos nesta casa, neste planeta Terra detentor de uma, ainda, enorme Vida Selvagem!

 

Clarisse Ferreira
Vice-Presidente da ASPEA

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