Voluntariado ambiental na QEM enquadrado no Projeto CAREFOREST
Decorreu no passado sábado dia 18 de janeiro de 2020, uma ação de voluntariado ambiental na Quinta Ecológica da Moita (QEM) em parceria com a Associação Bioliving e com o apoio da Charcos & Companhia e o grupo de trabalho Smart Woods.
A Quinta Ecológica da Moita (QEM)/ Escola da Floresta em Oliveirinha, é uma parceria entre a ASPEA e a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro. Na senda da concretização das suas atribuições de missão, a ação de voluntariado proporcionou aos participantes uma oportunidade de contacto com a natureza, sendo simultaneamente um momento de aprendizagem.
O voluntariado é uma forma de ajudar pessoas e contribuir para causas, mas é também um veículo de aprendizagem. Para além de um ato de cidadania, o voluntariado deve ser uma componente importante no percurso de vida das pessoas, contribuindo para reduzir disparidades sociais, mas também disparidades entre o que são as perceções, neste caso sobre o ambiente a conservação da biodiversidade, e as práticas que as materializam. Através da prática podem melhorar-se aptidões e adquirir novas competências. Neste contexto, e no rescaldo da ação de voluntariado ambiental realizada no passado sábado (18/01/2020), ficou traçada a meta de proporcionar mensalmente uma ação de voluntariado com o desígnio último de contribuir também para a qualificação dos participantes.
Joaquim Ramos Pinto, presidente da ASPEA, agradece o empenho e dedicação da equipa de voluntários que “fizeram um excelente trabalho de manutenção de caminhos e acessos e de qualificação dos espaços florestais da Quinta, removendo detritos e árvores caídas durante as últimas intempéries. Realizaram também tarefas que carecem de competências específicas tais como a manutenção de charcos e da fonte. Terminaram o seu contributo com uma plantação de árvores autóctones numa zona de onde foram removidas canas, uma planta exótica invasora que tem proliferado numa área da QEM”.
Imprescindível foi o trabalho em parceria, no qual cada um dos parceiros envolvidos colaborou com o aporte de conhecimentos, capacidades e materiais próprios: a Associação Bioliving, cujo lema é “Natureza e Educação para todos”, mobilizou voluntários da área das ciências biológicas, disponibilizando as ferramentas necessárias; a Charcos & Companhia deu apoio nas intervenções dos planos de água da Quinta e o grupo de trabalho Smart Woods, que, de forma altruísta, se dedica à produção de plantas autóctones para oferecer a projetos de conservação, recuperação e reconversão, ofereceu as árvores que foram plantadas. A Santa Casa da Misericórdia providenciou os necessários recursos humanos e mecânicos.
Foi assim possível qualificar os principais espaços de acolhimento em que se desenvolverá um conjunto de novas atividades de Educação Ambiental e Interpretação da Natureza, cujo planeamento está previsto ser, efetivamente, implementado a partir de março deste ano.
Esta ação de voluntariado revestiu-se de importância acrescida uma vez que este ano letivo e no próximo a ASPEA participa no projeto Europeu CAREFOREST, cofinanciado pelo Programa ERASMUS+, tendo como responsabilidade a elaboração de recursos pedagógicos de apoio a atividades de Educação Ambiental para a conservação e proteção das florestas, que serão testadas por escolas da região nos espaços florestais da Quinta Ecológica da Moita.
Através de um programa de voluntariado estruturado e recorrente, de periodicidade mensal, serão propostas atividades especializadas, dando oportunidade a diferentes grupos e pessoas para aprenderem sobre gestão florestal sustentável (que vão desde o planeamento geral a técnicas específicas como, por exemplo, a poda, a “limpeza” de linhas de água em conciliação com a preservação da biodiversidade, etc), produção em modo biológico, manutenção de hortas, entre outros.
Para Nelson Matos, coordenador do projeto da QEM e CareForest, “estas ações de voluntariado ajudam, também, a reconhecer a importância da valorização e preservação da nossa biodiversidade, contribuindo para identificar respostas para desafios ambientais tais como o combate às espécies exóticas invasoras, a conciliação da produção com a conservação e a utilização das melhores práticas ao nível da instalação de novas florestas, sabendo, por exemplo, como, quando, onde e o que plantar adequadamente em cada local. Em agradecimento, e de forma a retribuir o envolvimento dos voluntários e dos esforços por estes desenvolvidos na Quinta Ecológica da Moita, procurar-se-á desenvolver as ações de forma a que as pessoas se sintam enriquecidas, não apenas pelo sentimento de auto-realização que estas atividades motivam, mas sobretudo com novos conhecimentos e saberes, adquiridos em partilha com os dinamizadores e com os restantes participantes”.