Concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre
Continua a aumentar a concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre. Um problema que resulta na degradação climática e consecutivo aumento do efeito de estufa.
O nível de concentração de gases de efeito estufa atmosférico atingiu um novo recorde em 2014 de 397,7 partes por milhão só durante o ano passado.
O alerta surgiu esta segunda-feira no relatório anual da Organização Meteorológica Mundial. O aumento é de tal forma intenso que no relatório expõe-se que com a continuação e progressão deste gás o clima na terra vai obrigatoriamente tornar-se mais perigoso. "Estamos em território desconhecido e a máquina está a acelerar em um ritmo assustador," advertiu Michel Jarraud, diretor da Organização Meteorológica Mundial, uma agência das Nações Unidas, com sede em Genebra.
"A Terra vai continuar a registar mais eventos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações, o derretimento do gelo e a subida do nível dos oceanos bem como a acidez dos mares." - Michel Jarraud diretor da Organização Meteorológica Mundial. "Todos os anos relatamos um novo recorde nas concentrações de gás com efeito de estufa", disse. "Ano para ano temos vindo a alertar para as consequências e mais uma vez dizemos que precisamos agir agora para reduzir as emissões de gases e que ainda existe a possibilidade de conter o aumento da temperatura a um nível razoável".
No hemisfério norte, as concentrações de CO2 cruzaram o limiar simbólico de 400 ppm, durante o tempo de primavera, altura em que este gás é mais abundante. "Em breve viveremos numa atmosfera em que o teor médio de CO2 irá exceder 400 partes por milhão," alertou Jarraud ."Não vemos o CO2, que é uma ameaça invisível, mas é uma ameaça muito real". Com o aumento e concentração de gases na atmosfera, segundo os cientistas, a temperatura global poderá aumentar 2,4 graus Celsius.
Para o diretor da Organização Meteorológica Mundial "isto significa que a Terra vai continuar a registar mais eventos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações, o derretimento do gelo e a subida do nível dos oceanos bem como a acidez dos mares". O relatório é divulgado, três semanas após a COP21 em Paris, que se propoe a tomar fortes medidas para limitar o fenómeno do aquecimento global. As "leis da física não são negociáveis" O relatório recorda que com o aumento do calor, a formação de vapor de água aumenta e mesmo que esse vapor tenha com uma esperança de vida curta, bem como o dióxido de carbono, são elementos promordiais na criação do efeito de estufa. A energia presa pelo dióxido de carbono, entre outros gases, causa o efeito de estufa e o sucessivo aquecimento da superfície terrestre. "Um aumento do teor de vapor de água da atmosfera gera armadilhas e por sua vez, ainda mais calor", observa o relatório. As "leis da física não são negociáveis," diz o relatório."
O Metano aumentou na nossa atmosfera 254 por cento desde a era industrial e o óxido nitroso 121 por cento desde 2014," refere o relatório. Para além do aumento do dióxido de carbono, o metano, outro dos gases presentes no efeito estufa, atingiu também um novo recorde de 1.833 concentração ppm em 2014, de acordo com o relatório. Sessenta por cento das emissões de metano têm como origem atividades humanas, incluindo pecuária, cultivo de arroz, exploração de combustíveis fósseis. Segundo o relatório, os níveis de concentração atmosférica deste gás aumentou 254 por cento desde a era pré-industrial, diz Organização Meteorológica Mundial. Mas o relatório aponta ainda um terceiro gás, o óxido nitroso, cujo impacto sobre o clima impõem-se ao longo de um período de 100 anos. O relatório refere que este elemento químico, que se concentra na atmosfera 327,1 partes por mil milhões, é 298 vezes mais importante do que o CO2 e contribui para a destruição da camada de ozono que nos protege dos efeitos nocivos dos raios ultravioletas emitidos pelo sol. Quarenta por cento do óxido nitroso presente na atmosfera é produzido pela actividade humana, essencialmente devido a fertilizantes e diversos processos industriais.
Fonte: notícia RTP. Nuno Patrício RTP
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